Lançada como uma grife especializada em carteiras de couro duráveis, a marca Coach teve seu nome associado por algum tempo a produtos conservadores. Mas essa história mudou e, com seu luxo acessível e prático, ela acabou se tornando a cara de Nova York.
Um pouco de história
Fundada em 1941 como uma empresa familiar que contava com seis artesãos produzindo pequenos artigos em couro, a Coach só recebeu seu nome atual no início dos anos 60, quando foi comprada pelo casal húngaro Miles e Lillian Cahn.
Depois de conquistar o público com uma moda artesanal de alta qualidade, a grife trouxe para seu time, em 1961, a designer Bonnie Cashin. Famosa como figurinista e também por ser uma das pioneiras na criação de sportswear, ela chegou à Coach para desenvolver produtos femininos com o mesmo couro macio que caracterizava os acessórios masculinos da marca.
A Coach, então, passou a produzir bolsas clássicas, como a bolsa saco, porém com um toque moderno ao incorporar bolsos do lado de fora e cores brilhantes, como rosa, laranja, amarelo e verde, em detalhes do acabamento.
Novos modelos de bolsa
Foi justamente graças às bolsas que a marca passou a ocupar um posto privilegiado na moda americana. Além da bolsa tote Coach, a bolsa com pingente de franja em couro ajudou a projetar a grife universalmente. Fácil entender o porquê: eram bolsas contemporâneas, que misturavam texturas de maneira criativa.
Mais tarde, foi a vez das nécessaires, botas e sapatos. Nos anos 80, a grife já contava com suas primeiras lojas em Nova York. Ao perceber a forte presença dos turistas nesses pontos de venda, a empresa decidiu expandir para outros países, como Inglaterra e Japão.
Foi a partir desse crescimento e da direção criativa de Reed Krakoff – ao lado da visão empreendedora do CEO Lew Frankfort – que, nos anos 90, a Coach abandonou seu aspecto conservador. Era chegada a hora de lançar bolsas exóticas e ecléticas que combinavam diferentes materiais e tinham como alvo um novo público, mais jovem e descolado.
O início de uma nova era
Foi no fim dessa década que o slogan "Um legado americano" ganhou uma identidade moderna. Lenços, óculos de sol e joias enriqueciam o mix de produtos e colocavam a marca em pé de igualdade com grifes como Prada e Louis Vuitton.
Em 2013, com a chegada do diretor criativo Stuart Vevers, foi a vez de celebridades hollywoodianas estrelarem campanhas, começando pela atriz Chloë Moretz.
Esse era o início de uma nova era, em que a Coach faria, inclusive, sua primeira participação em uma Semana de Moda de Nova York. Também marcou essa fase o lançamento de uma linha exclusiva de roupas Coach permeadas por estampas, uma novidade para a marca.
O ano de 2016 marcou os 75 anos da grife, que anunciou a atriz e cantora Selena Gomez como sua nova embaixadora, firmando seu posicionamento no mercado mais jovem.
Essência nova-iorquina
Essas mudanças, no entanto, não fizeram com que a Coach perdesse sua essência. A tradição artesanal permanece ali, assim como a carruagem que caracteriza sua logomarca e o ar urbano das grandes metrópoles, como Nova York.
O couro continua uma forte tônica, seja nas bolsas e acessórios, seja nas roupas, como as jaquetas biker que emprestaram um estilo punk à coleção resort 2017. Mas nem só de rock vive a grife: seu lado delicado e romântico aparece nas estampas florais e boêmias dos vestidos e saias.
Para 2017, foram os tons quentes, como vermelho, mostarda e marrom, que dominaram as passarelas femininas. E essa cartela cromática continua em 2018, desta vez combinando preto com caramelo tanto nas bolsas tote estruturadas e cheias de aplicações quanto em looks mais rústicos e despojados, com jeans.
Outra novidade vem no campo dos negócios. O grupo Coach Inc. mudou seu nome para Tapestry Inc. ao comprar as marcas Kate Spade e Stuart Weitzman – a grife Coach, porém, mantém o nome que conquistou o mundo da moda.