Uma imagem de Yves Saint Laurent, registrada nos anos 50 por um fotógrafo anônimo, profetizou o gênio que ele viria a se tornar na história da moda no século XX: cercado por fotógrafos e suas câmeras em ação, o rapaz de apenas 21 anos aparece sentado em uma mesa na maison Dior. É um momento de glória após o lançamento da sua primeira coleção, intitulada Trapézio, exibida em 1957. A imprensa, extasiada, logo o batizou de “pequeno príncipe da costura”.
Após deixar a Dior, Yves Saint Laurent fundou a sua própria grife, embarcando em uma carreira que revolucionaria o mundo da moda. Ao criar modelos que valorizavam o contraste entre clássico e moderno, feminino e masculino, o estilista se transformaria em um fashion icon através de sua estética visionária que traduzia a alta-costura para o prêt-à-porter.
A moda Yves Saint Laurent também recebeu grande influência de Christian Dior, de quem o estilista foi discípulo. Nascido em Orã, na Argélia, em 1936, em uma família colonial francesa de classe média, Yves Henri Donat Mathieu-Saint Laurent tinha 18 anos quando ficou em primeiro lugar no concurso promovido pelo International Wool Secretariat. Seus croquis chamaram a atenção da Vogue francesa, abrindo as portas para que conquistasse o trabalho como assistente de criação da Dior.
O menino-prodígio assumiu o posto de costureiro-chefe da maison aos 21 anos e lá permaneceu até 1960, quando foi convocado a prestar serviço militar na Argélia. Saint Laurent estava em seu país natal quando ficou sabendo que havia sido substituído por outro costureiro, Marc Bohan. No entanto, aqueles haviam sido apenas os capítulos iniciais da sua participação na história da moda.
A criação de um legado
Após uma experiência desastrosa como militar, que resultou em crises de estresse e consequentes internações em hospitais para tratamento de doenças mentais, Saint Laurent retornou a Paris, consolidando o seu papel na moda francesa. Ao fundar a sua própria maison, ao lado do companheiro Pierre Bergé, ele fez uma estreia aclamada em 1962. Bergé, mais tarde, definiria o seu legado: “Chanel deu liberdade às mulheres. Yves Saint Laurent lhes deu poder”.
Observar os movimentos artísticos da época é essencial para entender quem foi Yves Saint Laurent. O designer se destacou com a criação de figurinos para o teatro e cinema, imortalizando o estilo de atrizes, como Claudia Cardinale em A Pantera Cor-de-Rosa (1963) e Catherine Deneuve em A Bela da Tarde (1966), através de vestidos e tailleurs que continuam atuais para a moda contemporânea.
Catherine Deneuve e Yves Saint Laurent se conheceram em 1965 quando a atriz decidiu comprar um vestido do estilista para uma recepção em Londres com a presença da rainha. No ano seguinte, o gênio da moda e a musa do cinema trabalharam juntos no filme A Bela da Tarde de Luis Buñuel, iniciando uma parceria que duraria a vida toda.
Em uma época onde a minissaia reinava, Séverine, personagem de Deneuve, usava saias um pouco acima do joelho, compondo looks sofisticados e atemporais. Para que pudesse ser compreendido pelo espectador de qualquer período, Saint Laurent optou por não seguir a moda do seu tempo.
Além do teatro e cinema, Yves Saint Laurent buscou inspirações na história, na arte e na literatura. As pinturas de Mondrian, Andy Warhol, Henri Matisse, Picasso, Vincent Van Gogh e até mesmo os livros de Marcel Proust foram referências marcantes para o seu trabalho.
A influência militar e o smoking feminino
Foi com a ajuda do cinema que o estilista criou os casacos Saint Laurent em estilo militar que acabaram se tornando um tema recorrente em sua carreira. Saint Laurent encontrou inspiração para o figurino de Séverine em uma loja de roupas do exército em Nova York, para onde viajou ao lançar seu perfume Y. Além de Catherine Deneuve, outras musas tiveram um papel fundamental na vida do estilista, como Loulou (musa inspiradora da bolsa Loulou) de La Falaise e Betty Catroux.
Em 1966, a história da moda passava por uma de suas principais transformações, quando Saint Laurent e Bergé abriram a boutique Rive Gauche para comercializar sua linha prêt-à-porter. A coleção outono/inverno daquele ano teve como destaque o Le Smoking, uma versão feminina do black tie que oferecia as mulheres a oportunidade de substituir os vestidos longos por calças femininas em eventos mais sofisticados.
Adaptado à silhueta feminina, o smoking conquistou Bianca Jagger, Lauren Bacall e Liza Minelli, bem como as assistentes de Yves Saint Laurent, sendo imortalizado em uma fotografia estilo noir de Helmut Newton em 1975. Desde então, uma versão do clássico passou a fazer parte de cada coleção da Saint Laurent assinada por seus sucessores: Alber Elbaz, Tom Ford e Stefano Pilati.
Em 1970, Yves Saint Laurent lançou a sua primeira coleção masculina repetindo o sucesso das suas coleções anteriores. Mesmo após a morte do gênio, em 2008, a grife Saint Laurent conserva sua atemporalidade. Hoje, o universo Saint Laurent masculino e feminino apresenta uma proposta contemporânea com detalhes inspirados no glamour rock ‘n’ roll, valorizando uma alfaiataria moderna, silhuetas sedutoras e estampas exóticas que expressam uma elegância rebelde e original.
Sobre a FARFETCH
A FARFETCH é a principal plataforma global de tecnologia para a indústria da moda de luxo. Fundada em 2007 por José Neves pelo amor à moda e lançada em 2008, a FARFETCH começou como um mercado de comércio eletrônico para boutiques de luxo em todo o mundo. Hoje, o Marketplace FARFETCH.com conecta clientes em mais de 190 países a itens de mais de 50 países e mais de 1.300 das melhores marcas, boutiques e lojas de departamento do mundo, proporcionando uma experiência de compra verdadeiramente única e acesso à mais ampla seleção de luxo, com produtos certificados e originais, em uma plataforma singular.
Quer saber mais sobre a FARFETCH? Clique nos links abaixo:
Como funciona a FARFETCH
FAQ FARFETCH
Positively FARFETCH