Ela surgiu como parte da indumentária da nobreza e do clero, na forma de passamanarias douradas e prateadas. Nos séculos 17 e 18, passou a ser usada em adornos de cabeça, babados, aventais e enfeites de vestidos. De lá para cá, as roupas de renda conquistaram permanentemente seu lugar no mundo da moda.
O tecido, que tem orifícios e desenhos recortados à mão ou à máquina, nunca perdeu, porém, a majestade dos seus primórdios. Guipure, Soutache, Chantilly ou de Bilros, são vários os estilos usados na alta-costura e nos vestidos de noiva. Nos últimos anos, porém, a renda também ganhou passe livre para ser usada durante o dia, graças ao trabalho de estilistas como a alagoana Martha Medeiros, que retomou o glamour da brasileiríssima renda Renascença.
Renda máxima
Romântica por natureza, a renda tem ganhado também um toque contemporâneo e minimalista para o inverno 2018. Bordada sobre o tule, ela ficou furta-cor na passarela de Christopher Kane e apareceu em saias combinadas com jaquetas e sapatos baixos, em uma proposta bem moderna.
Na Stella McCartney, o tecido surgiu como um detalhe precioso na sobreposição de um longo slim rendado usado sobre um tubinho. Recurso similar ao de Elie Saab, que apostou em um look com perfume boudoir, com renda usada em uma espécie de robe, emprestando um ar étnico à produção que foge do lugar-comum na hora da festa.
Delicadeza nata
Muito usada em lingeries, a renda evoca um ar delicado e sensual na medida. Não à toa, tem sido bastante utilizada em bodies, que se estabeleceram como curingas em diversas produções.
O body rendado da Fleur du Mal, por exemplo, vai para a festa na companhia de uma saia longa ou de um smoking, em um contraponto interessante entre masculino e feminino, ou para o dia na companhia de jeans e blazer de alfaiataria.
Na verdade, até na praia a renda ganhou espaço, se distanciando do seu berço histórico de palácios e igrejas. Basta ver os maiôs de Amir Slama ou as batas da McQ Alexander McQueen, perfeitas para o clima de balneário.
Cuidados a mais
Justamente por serem delicadas, as roupas de renda pedem alguns cuidados na lavagem e no armazenamento – não dá para deixá-las mal penduradas, por exemplo, uma vez que o tecido pode esgarçar.
O ideal é guardá-las sempre dentro de uma capa plástica, evitando o contato com outras peças e com detalhes como zíperes, que podem rasgar a renda. Importante: use as alças internas para colocá-las nos cabides.
Na hora de lavar, esqueça a máquina. As peças devem ser lavadas à mão, com água fria para não afetar a elasticidade dos fios, ou em lavanderias especializadas.
Íntimo e pessoal
No caso de lingeries e bodies de renda, as precauções devem ser redobradas – afinal, são peças que serão mais usadas do que vestidos longos e acabarão passando mais vezes pelos processos de lavagem.
A dica é lavá-las separadamente, com sabão líquido de PH neutro – e nada de deixar sutiãs e calcinhas pendurados no box do banheiro, uma vez que eles precisam de um lugar arejado para secar corretamente.
Saquinhos de TNT são os favoritos na hora de guardar ou embalar itens luxuosos de marcas como La Perla: eles permitem a ventilação e ao mesmo tempo isolam as roupas de renda de outras peças.