A estampa xadrez é derivada do tartan, um tradicional tecido de lã com trama fechada formado por listras diferentes que se cruzam, criando desenhos de várias larguras. Apesar de estar associado aos clãs da Escócia a partir do século 16, acredita-se que o tartan já era utilizado por povos celtas, chineses e escandinavos muito antes disso.
No século 20, o xadrez começou a ser usado, a princípio, em ternos e casacos masculinos, mas logo tornou-se popular entre as mulheres e passou a adornar mantôs, xales, saias e vestidos. Na década de 60, ganhou notoriedade em calças femininas, transformando-se em um verdadeiro clássico desde então.
Em eterna renovação
Hoje, o xadrez é hit absoluto nas passarelas e também no street style. Depois do revival da padronagem no fim de 2016 nas criações de marcas como Balenciaga e À La Garçonne, o perfume retrô do xadrez ganhou novo fôlego nos desfiles de inverno, acompanhando com elegância peças de alfaiataria com apelo cool.
As roupas de modelagem ampla, marca registrada da estilista inglesa Stella McCartney, por exemplo, apareceram em couro ecológico, algodão, tweed, denim e chiffon: uma verdadeira miríade de xadrezes.
A moda xadrez também reinou na temporada internacional de verão 2018, aparecendo em looks repletos de padrões como o Príncipe de Gales – geralmente um fundo marrom ou cinza com linhas escuras e finas que se cruzam em diferentes desenhos e toques que podem ser em amarelo ou vermelho – e formas oversized.
Enquanto a Dolce & Gabbana apostou no casaco xadrez, outras marcas investiram em peças como shorts (Marc Jacobs), poncho (Ralph Lauren) e até macacão (Carolina Herrera).
Jovem e fresco
Na hora de colocar o xadrez na moda, vale brincar com sobreposições e texturas: uma camisa alongada sob um casaco de pele fake, um sobretudo sobre uma calça vinilizada, ou ainda combinando padronagens diferentes – as listras são uma escolha certeira – desde que respeitando a paleta de cores.
Em uma prova de que o xadrez pode ser jovem e fresh, a grife Emporio Armani apostou em uma coleção de verão em que a alfaiataria xadrez vem arrematada por irresistíveis bolsas a tiracolo.
Burberry forever
Uma das grifes britânicas mais tradicionais e icônicas, a Burberry sempre deu bons exemplos de como usar xadrez, espécie de ícone por caracterizar o forro de seus trench coats. A marca entra em um novo momento e, de olho na geração millennial, mostra que sabe ser supercool.
Para a coleção September 2017, Christopher Bailey levou o clássico tartan para bonés, luvas e jaquetas masculinas bomber, combinou casacos customizados com patches, saias com transparência e t-shirts e investiu na sobreposição de tricôs coloridos.
Xadrez tropical
E a tendência já vem ganhando terreno em terras tropicais. Quando as temperaturas sobem, o xadrez vichy se destaca entre biquínis, maiôs e sandálias – com salto ou sem.
A padronagem surgiu na década de 50 na cidade francesa de mesmo nome e foi eternizada nos looks de Brigitte Bardot, especialmente no vestido de casamento que usou para a cerimônia com o ator Jacques Charrier.
O xadrez vichy tem um desenho mais simplificado, com uma divisão clara entre as cores e espaçamentos bem definidos – pense em uma toalha de piquenique ou em uma camisa simples em preto e branco. O tamanho das geometrias pode variar. Os quadrados podem ser tanto maiores e espaçados quanto menores e mais juntos uns dos outros, criando um efeito de ilusão de ótica.
Apesar de ser a paleta de cores preferida, o preto e branco não é obrigatório – diversas grifes estão investindo em tons diferentes para variar a padronagem. Aproveite e invista em peças com as mesmas tonalidades e essas variações de tamanho para compor um look harmonioso e inusitado.