Hoje a minissaia é uma das peças mais comuns do closet de qualquer mulher, mas nem sempre foi assim. Quando surgiu, a peça foi sinônimo de resistência, empoderamento e liberdade para as mulheres da época. Vamos relembrar a história da minissaia, mas também como incluí-la nos looks?
O boom da minissaia veio na década de 60, quando a mulher respeitada era aquela que, além de ter uma vida íntegra, usada roupas que, teoricamente, demonstravam isso. Usar uma saia que mostrava as pernas, era algo inimaginável.
No entanto, os registros da saia curta vêm de milhares de anos atrás. Recentemente, arqueólogos descobriram pequenas estátuas de mulheres usando a famigerada peça e que datam de 5000 A.C. Já na antiga civilização egípcia, até mesmo os homens usavam a minissaia, já que as temperaturas eram altas.
Na década de 40, as minissaias aparecem com a moda Pin-up e nos filmes de Sci-Fi dos anos 50, revelando a mulher do imaginário masculino.
A revolução dos anos 60
Quando as gerações começaram a renovar o seu pensamento, a moda também ganhou novos ares. Nesse momento há uma sensação de renovação e de reação frente às antigas regras. Com novas visões políticas, a moda dos anos 60 passa a ser a forma de resistir, um novo frescor.
A desconstrução da mulher passa a ganhar força por conta da vontade de assumir novos papéis em meio a sociedade, com um aumento enorme da participação no mercado de trabalho e mais inscrições nas universidades.
A mudança no modo de se vestir seria apenas uma consequência do desejo crescente pela liberdade.
Em meio a este turbilhão de mudanças os primeiros modelos de minissaias surgiram vestindo mulheres que estavam à frente de protestos femininos.
Mary Quant, mãe da minissaia
A ideia da cultura jovem surgiu, trazendo à tona diversas tribos, como os roqueiros, punks e hippies, e claro, seus estilos que começavam a se destacar em meio a multidão de roupas sempre tão iguais.
Para as mulheres, foi com Mary Quant que a moda começou a mudar. Nascida em Londres, Mary estudou artes na faculdade de Goldsmiths e, em 1955, abriu sua própria loja, a Bazaar, localizada na Kings Road que além dos clientes jovens, atraía celebridades da época, como Brigitte Bardot, Audrey Hepburn, os Beatles e os Rolling Stones.
Ela se tornou a figura emblemática do movimento "Swinging London" graças a minissaia, mas ainda hoje diz que deve essa invenção às suas clientes, que chegavam em sua loja pedindo para que as saias que usavam normalmente fossem cortadas cada vez mais curtas.
“Elas eram curiosamente femininas, mas sua feminilidade está em sua atitude e não em sua aparência. Elas gostam de aparecer, mas são espirituosas. Elas são divertidas – positivas – e tem opinião própria”, declarou Mary sobre suas clientes.
O modelo se popularizou entre os anos de 1965 e 1970, junto com o moda da mesma época que investia em shapes coloridos, simples, bem coordenados e claro, muito curtos. Outro hit da moda que nasceu com Mary Quant foram as meias-calças coloridas, que faziam o par perfeito com as minissaias.
Desde então, a minissaia conquistou os corações das mulheres e a tão desejada liberdade na moda.
Na prática
O modelo de saia criado por Mary Quant era com cortes simples e cores fortes, mas esse estilo se mantém perfeito até hoje. Na prática, a minissaia vai bem com todos os estilos de roupas, corpos e estações.
O corte quadrado é ótimo para construir looks despojados e, até para eventos sociais. Já uma minissaia mais rodada é perfeita para um look romântico, que vai do jantar ao cinema.
Para o inverno 2018, a pedida é a minissaia xadrez: combine com uma bota meia preta e uma jaqueta de matelassê para conquistar as melhores tendências dessa temporada.
Mesmo parecendo uma peça simples, existem muitas maneiras de usar minissaia com elegância e sofisticação. Aposte num modelo de couro e corte assimétrico para adicionar mais informação ao look.
E claro, os acessórios podem fazer toda a diferença! Invista em uma bolsa poderosa e em sapatos glamourosos, como os do Manolo Blahnik.