Por Gabrielle Carreira
A cada nova temporada as marcas mais badaladas vêm com grandes novidades, mudanças e tendências. É claro que é isso que é esperado delas, afinal, a indústria da moda depende dessa renovação. Em contrapartida, a moda vintage está cada vez mais em alta, chamando atenção de quem é apaixonado por peças únicas e com aquela cara de antiguidade.
Vintage não é retrô
Quando se fala de peças vintage, é muito fácil confundi-la com a moda retrô. Mas, na verdade, essas duas linhas são coisas bem diferentes. A moda retrô é uma tendência que resgata estilos antigos, como o estilo pin-up ou o retorno dos anos 90, mas que são confeccionadas nos dias atuais.
Já o vintage é algo realmente antigo, feito há décadas, mas que mantém excelente conservação e leva um peso de identidade de moda a qualquer visual.
Entre os itens de moda vintage mais requisitados, as bolsas ganham destaque. Modelos de marcas como Prada e Yves Saint Laurent inspiram sonhos e corridas malucas.
A mágica da moda vintage é o que faz peças que já foram usadas, talvez há 30 anos, se tornaram tão desejadas e buscadas.
O que é vintage, então?
Na última década, o termo “vintage” era muito usado para descrever peças que tinham pelo menos 10 anos. Mas, devido às mudanças do cenário da moda e da perda de grandes designers como Yves Saint Laurent e Alexander McQueen, além da mudança constante de estilistas a frente das marcas mais famosas, algumas pessoas acreditam que a “idade” da peça não é mais, necessariamente, um critério para ela ser considerada vintage.
Vintage pode ser tudo que tem um valor na trajetória da marca, que marcou uma época, um estilo específico. Como as peças de Tom Ford em sua época na Gucci, ou os anos de Phoebe Philo a frente da Céline. Com mudanças tão rápidas e drásticas, os apaixonados por moda ainda querem manter acesa a nostalgia dos anos que passaram, sejam eles vividos há 3, 10 ou 30 anos.
A verdade é que o conceito de vintage pode mudar de pessoa para pessoa, sendo relacionado a qualidade da peça, se é interessante ou não, história ou não, e até se é única ou não.
O desejo crescente
A sensação de descobrir uma nova peça, que ultrapassou gerações, também leva em conta a oportunidade de fazer uma declaração contra o consumismo que gira em torno da indústria. A autenticidade e exclusividade que giram em torno de uma peça vintage está no cerne de toda essa questão.
Esse desejo também move personalidades como Kim Kardashian, que sempre compartilha seus cliques em peças vintage, principalmente de marcas como Dolce & Gabbana e Versace. Já Resse Witherspoon usou uma peça vintage Dior para a premiação do Oscar em 2006, no qual ela ganhou um prêmio.
Com o alcance cada vez mais intenso da moda vintage, elas começaram a sair do universo underground dos brechós e chegaram até as lojas mais badaladas, como a própria Farfetch.
Essa modalidade de venda está disponível nos sites internacionais da Farfetch e para aqueles que têm acesso ao programa F6, no qual é possível comprar as melhores peças com preços internacionais e que muitas vezes nem chegam ao Brasil, como boa parte da seleção vintage.
Releituras vintage
De olho nessa crescente onda vintage, a Fendi lançou uma nova coleção inspirada em peças mais antigas, dando atenção especial para o logo duplo F da marca, que surge com uma releitura mais “gordinha”.
O símbolo vintage da Fendi foi criado em 1974 e voltou para as passarelas na última coleção de Primavera, quando o diretor criativo Karl Lagerfeld apostou no grafismo para entrar na onda de streetwear, mas fazendo uma homenagem aos primórdios da marca.
Foi Silvia Venturini Fendi que convidou o genro, Nico Vascellari, para decorar o desfile em questão e também para trazer essa nova versão do clássico FF, que não perde a essência vintage, mas fica mais pop e fun.
O logo aparece em quase tudo e quem já embarcou nessa moda veste dos pés a cabeça. A prova de que o vintage veio para ficar.
O programa F6